domingo, 18 de outubro de 2009

JUSCELINO - PARTE 2 de Quase 45 (anos de industrialização - de Vargas ao "Milagre")

Em 1955, Kubitichek se elege com a bandeira do desenvolvimento e da industrialização e ao contrário do processo restringido, as decisões de investir se deram à frente de qualquer expansão previsível da demanda preexistente.
Enquanto a industrialização restringida configurava um padrão “horizontal” de acumulação, pois a capacidade produtiva não cresceu adiante da demanda, nem muito menos houve grandes e abruptas descontinuidades tecnológicas, entre 1956 e 1961 isso muda, ocorrendo uma verdadeira “onda de inovações” schumpeterianas. De um lado a estrutura do sistema produtivo se altera radicalmente – “salto tecnológico”, de outro, a capacidade produtiva de amplia à frente da demanda.
A indutrialização dita pesada – com um crescimento acelerado da capacidade produtiva do setor de bens de produção ( e do setor de bens duráveis de consumo, paralelamente), só foi possível dado a natureza integrada complementar do Plano de Metas.
A ação do Estado foi decisiva, porque se mostrou capaz de investir maciçamente em infraestrutura e nas industrias de base, onde chamou para si a responsabilidade, estimulando o investimento privado (sobretudo o “novo” capital europeu), não só por oferecer uma economia externa barata, mas também por lhe gerar demanda, com este capital se transferindo sob a forma de capital produtivo.
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Foi a partir de meados dos anos 50, até o início dos 60, que a industrialização brasileira sofreu transformações estruturais decisivas, sob o impulso do governo JK (1956-60) e o seu denominado Plano de Metas, onde houve uma intensa diferenciação industrial, num espaço de tempo relativamente curto, porém aí está o “X” da questão, articulada diretamente pelo Estado.
Instalaram-se no país, diversas indústrias de bens de capital (automobilística, naval e outras máquinas e equipamentos) simultaneamente a expanção de industrias básicas, como a siderúrgica, petróleo, papel e metais nãoferrosos.
Para a concretização deste irrefutável avanço no entanto, era (seria) necessário contar com o investimento de capital estrangeiro, assim (paradoxalmente para alguns) JK rompe com o FMI, que exigia uma política ortodoxa e restritiva (em função do crescente déficit público), pois “o presidente estava convencido de que uma política agressiva de investimentos seria mais eficaz na atração de capital estrangeiro do que a proposta pelo Fundo” (Malan apud Serra).
A conjuntura internacional estava favorável ao Brasil, pois tendo a Europa e o Japão se recuperado dos prejuízos da 2ª Guerra, tinham ambas, disponibilidades de capitais e como de praxe, procuravam oportunidades de investimentos rentáveis, desta forma, as condições (leia-se dificuldades) impostas pelo FMI (leia-se EUA) foram contornadas com estas novas parcerias.
A instrução 113 da SUMOC (1955) permitia a importação de equipamentos sem cobertura cambial, simplesmente registrando-a como capital investido no país;
A instrução 70 da SUMOC (1953), permitia a manutenção de um cambio favorecido para importações consideradas fundamentais.
Assim, sob a batuta da SUMOC (posteriormente viraria Banco Central), estimulava-se a industrialização nas áreas de maior interesse, via medidas que privilegiavam empréstimos externos, como adoção de uma taxa cambial favorável e de facilidades na remessa de lucros para o exterior.
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Objetivamente, os principais mecanismos de financiamento do governo JK para viabilizar o Plano de Metas, estavam ligados a participação direta do setor público (Governo e empresas estatais) e à política de capital estrangeiro (cambial e de comercio exterior).
Os investimentos públicos, na ausência de uma reforma fiscal condizente com as metas e os gastos, foram financiados em parte (pelo menos) pela emissão monetária, pois o governo não tinha condições políticas pra obter estas reformas no Legislativo, assim, optou por caminhos de menor resistência: Fundos especiais, “ágios e bonificações” cambiais e da estrutura tributária herdada do período Vargas.
O BNDE criado em 52 concedia financiamentos a longo prazo com baixa taxa de juros, para desenvolvimento de setores estratégicos;
A política cambial era utilizada sem parcimônia, com manipulação do câmbio e imposição de tarifas, havendo sensível diferença entre as taxas de importação e exportação. Assim, o saldo líquido constituiu uma fonte adicional de recursos para o financiamento de déficit de caixa do Governo.
A instrução 70 da SUMOC, disciplinando a alocação de importações, segundo interesses nacionais/industriais;
A instrução 113 da SUMOC, como expediente para atrair a curto prazo os investimentos estrangeiros diretos.
Para o empresário realizar inversões em atividades de longa gestação, na ausência de um mercado interno de capitais, a “manipulação” destes arbítrios foi imperiosa para o sucesso do Plano.
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A Partir de 1962 houve um irrefutável declínio do rítmo de crescimento da economia, onde “no período de 57-61, o PIB cresceu à taxa anual de 8,2%” e passou-se a ter uma expansão a taxa média caindo mais da metade.
A desaceleração ocorre em grande parte dos fatores de natureza cíclica, relacionados com a conclusão do volumoso pacote de investimentos públicos e privados iniciados em 1956/57.
O conseqüente “boom” tecnológico e o necessário estimulo ao processo de substituição conduziram e solicitaram um certo sopro inflacionário, além do que na ausência de um esquema de financiamento voluntário, utópico em país subdesenvolvido, o esforço industrial exigia a formação de poupanças forçadas e a provável ativação dos mecanismos de propagação destas pressões inflacionárias.
Ex-post, parece fácil buscar termos teóricos por um esquema mais racional, obviamente não esquecendo neste período, em grande medida como conseqüência destas práticas, criaram-se problemas ampliados para a fase posterior, mas o Plano de Metas de JK, em sua formulação inicial adotou atitude indiferente quanto ao problema inflacionário, desequilíbrio monetário, fiscal ou da balança de pagamentos, pois havia um interesse superior: Industrialização.
As tensões geradas neste processo foram passíveis de serem suportadas enquanto do crescimento do produto, enquanto este se manteve em níveis elevados, porém, a desaceleração do crescimento econômico trouxe uma crise política e social, no final de 1962.
Entre 62 e 67, a economia brasileira atravessou sua pior fase do pós guerra no que tange ao crescimento.

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continua...

domingo, 11 de outubro de 2009

Quase 45 (anos de industrialização):De Vargas ao "milagre" dos militares - Parte I

Semana passada, escutei tantas comemorações em vista de nossa conquista como futura sede olímpica. Bravo! Adoro esporte e meu passado não me deixa mentir e sei a valia tipicamente keynesiana deste tipo de “investimento” para qualquer país. Porém, nem querendo entrar na questão, onde as taxas de retorno para a sociedade tornam-se altas demais em função não do custo natural, mas do sobrecusto imputado por nossos conhecidos políticos, que vivem remetendo para fora do país quantias nem sempre de fonte legítima, normalmente de comissões via superfaturamento, lobbies e favorecimentos vis e diversos, gostaria de lembrar de uma época onde implantávamos siderúrgicas, criávamos a Petrobrás, Itaipu e tínhamos tanto sucessos como fracassos, sim, houve, mas o “bom combate” era travado.
Assim quero contar mui resumidamente quase 45 anos de industrialização no Brasil, com s, assim vibrem vestibulandos, ansiosos por resumos. Dividirei em 3 partes, como no título: Vargas, Juscelino e os militares até 1974...

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Com a revolução de 30, quando Washington Luiz sai da presidência, assumindo Getúlio Vargas, esta passa efetivamente a enfrentar a adversidade externa (leia-se imperialismo) e a usar com soberania nossa política econômica.
O governo federal reorganizaria a política de defesa do café, retomando a partir de fevereiro de 31, as compras de excedentes e criando o Conselho Nacional do Café, com vários instrumentos de política econômica sendo utilizados para enfrentar a crise, entre os principais: 1) Proibição de novos plantios; 2) Uma fração de cada safra era cedida a preço baixo (pelos fazendeiros), para destruição de cafés de baixa qualidade; 3) Compra pelo governo, com preços mínimos garantidos, do restante da safra, para retenção de estoques ou eventual exportação; 4) Imposto adicional sobre cada saca de café exportado, assim onerando adicionalmente o consumidor internacional.
Com essa política, “enxugou-se” o excedente não exportável, sendo o esquema financeiro constituído do imposto citado, junto a recursos públicos, tanto do Banco do Brasil, como do Tesouro Nacional. Assim, a política brasileira foi uma verdadeira antecipação à política keynesiana, só formulada em 36, pois permitiu que se sustentasse, em grande parte, a renda e o emprego.
Outros mecanismos (não-ortodoxos) foram aplicados para completar o esquema antíciclico, como forte desvalorização cambial, duplicando o valor de dólar em relação ao do cruzeiro e expansão do meio circulante em termos reais, assim como do crédito, culminando com expansão do próprio déficit público.
Graças a estas políticas, principalmente a cambial, houve redução drástica nas importações, tornando o mercado interno praticamente cativo para a indústria nacional.
A economia transitava de um modelo primário exportador para um de industrialização, ainda que “restringido”, porém este período (1929-1933) viu um Brasil impelido ao progresso, com muito menos conservadorismo que no passado
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“Ferro, carvão e petróleo (...) são os esteios da emancipação econômica de qualquer país.“ - Getúlio Vargas
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A construção de uma siderúrgica implicava em investimentos maciços de capital com longa fase de maturação (tempo para começar a dar lucro) e baixa taxa de lucratividade, pois os custos destes produtos não poderiam encarecer a produção dos setores a que se destinavam.
Na década de 30 com capital estrangeiro escasso (por conta da crise de 29), além do grande risco e taxas de retorno não muito atrativas e a empresa nacional privada sem capacidade para financiar tal montante de investimentos, coloca o Estado como único agente com condições de “bancar” a industrialização pesada, realizando a despeito da existência de inadequações institucionais: a) A estrutura tributária arcaica, que gerava crescente problema fiscal; b) Antiquada máquina burocrática; c) Crédito restrito para empresas – produção e investimentos e famílias – consumo.
Em 1941, inicia-se em Volta Redonda, no estado do Rio, com financiamento americano, motivado por razões políticas e militares (o governo brasileiro soube explorar a rivalidade entre Alemanha e Estados Unidos, obtendo o dito financiamento) a construção da CSN com a criação ao mesmo tempo da Cia Vale do Rio Doce, para exploração de minérios, a mesma que seria “doada” por FHC anos depois...
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A economia transitou de um modelo primário exportador, onde tinha o café como principal fonte de divisas. Com a retração dos mercados externos, ou seja, redução da demanda, ocorre redução de capital internacional, ponto de partida para uma crise econômica interna. Assim inicia-se novo paradigma no processo de desenvolvimento econômico nacional: Industrialização.
O capital cafeeiro gestou esta transformação e segundo Wilson Cano, a crise de 29 apenas reforçou (não sendo assim elemento decisivo) um processo que já vinha em marcha, de ampla integração (naquele momento) dos setores da economia – fazendeiros, industriais, comerciantes e banqueiros.
A partir de 33, efetivamente há indutrialização, porque a dinâmica de acumulação passa a se assentar na expansão industrial, ou seja, ocorre um movimento endógeno de acumulação, com reprodução conjunta da força de trabalho e parte crescente do capital constante, substituindo a variável exógena – demanda externa.
Porém, esta industrialização deu-se de forma “restringida”, devido a insuficiência de bases técnicas e financeiras de acumulação, ensejando a implantação do núcleo fundamental da industria de bens de produção, que permitiria a capacidade produtiva crescer frente a demanda.
O Estado então, não possuía condições fiscais nem financeiras para investir da maneira massiva, enquanto que o capital estrangeiro não tinha interesse idem.
Historicamente, a industria pesada, além do apoio da “grande inovação” representada pela estrada de ferro, contou sempre com o suporte decisivo do Estado (pode-se daí tirar raízes mais profundas, vide a Inglaterra na época do mercantilismo, em seguida a mesma na Revolução Industrial).

continua...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Raízes do Capitalismo: Mercantilismo (especialmente para quem irá fazer o vestibular)

INTRODUÇÃO

Considera-se que a doutrina mercantilista vigorou entre o século XV e meados do século XVIII, resultado direto da expansão do comércio iniciada no final da idade média, com seu apogeu após o descobrimento da América e seu inexorável fluxo de metais preciosos.
Estávamos no canto do cisne do feudalismo, com o surgimento de um forte Estado Nacional, amparado por uma ascendente e “faminta” burguesia se contrapondo a este (feudalismo).
Enquanto aos monarcas, preponderantemente interessava o poder, a burguesia almejava o acúmulo de riquezas e apesar de ambos (poder e riqueza) estarem intimamente ligados, o primeiro só podia ser exercido com o apoio de exércitos bem armados, ou seja, sustentados de certa forma pelo segundo. Por outro lado, a riqueza era mantida e ampliada com maior facilidade num ambiente em que leis e direitos fossem respeitados, sobretudo o direito de propriedade.
Acreditava-se na época, que uma nação seria tanto mais rica quanto maiores fossem sua população e seu estoque de metais preciosos. Esta é a resposta para a questão da origem da riqueza para os mercantilistas, assim, um país poderia se tornar mais rico se obtivesse um superávit comercial nas transações com seus parceiros, com o governo estimulando as exportações e dificultando ao máximo as importações.
Grosso modo, um pré-capitalismo, pois representou, acima de tudo, a transição para este modelo, sendo um sistema de intervenção estatal visando à prosperidade do Estado. Baseava-se no intervencionismo estatal e no protecionismo alfandegário. Embrião das Revoluções Industrial, Comercial e Imperialismo.
A política mercantilista estava voltada basicamente para três objetivos: o desenvolvimento de uma indústria ainda incipiente, o crescimento do comércio e a expansão do poderio naval. Assim, para incentivar o desenvolvimento industrial, o Estado concedia a grupos particulares o monopólio de determinados ramos de produção com o comércio sendo incentivado a crescer via criação de companhias comerciais como a Companhia das Índias Ocidentais e Orientais.
A expansão do poderio naval visava garantir a comunicação entre metrópole e colônia, para a realização de comércio entre as duas regiões.

TIPOS DE MERCANTILISMO

Os tipos mais importantes de mercantilismo foram: o bulionismo, o industrialismo, também chamado de colbertismo e o cameralismo, que seria em suma, a visão mercantilista dos alemães.
O bulionismo (também conhecido como metalismo) desenvolveu-se primordialmente na Espanha, para onde fluía o ouro do México e a prata do Peru. Portugal também implantou a política bulionista, na exploração de suas colônias, de onde explorava ouro, essencialmente o ouro brasileiro. Este tipo de mercantilismo tem como traço marcante o desinteresse pelos processos de industrialização, assim, necessitando cada vez mais importar, gerando um aumento no gasto com pagamentos destes bens (muitas vezes supérfluos), ocasionando elevação na taxa de inflação, hoje lição aprendida, aumento do meio circulante conjugada com aumento da demanda e oferta limitada.
O comercialismo originou-se na Inglaterra, um viés do bulionismo, pois já que a Inglaterra não possuía colônias pródigas em metais preciosos, encontrou outra forma de acumulação, desta forma, seu desenvolvimento manufatureiro e poderio naval impulsionaram, sobretudo no século XVII, a expansão do seu comércio exterior. Os navios da marinha mercante distribuíam no mercado mundial os tecidos produzidos pelas manufaturas inglesas, possibilitando ao país o acúmulo de metais preciosos através da manutenção de uma balança comercial favorável. Segundo os ingleses: ‘‘A única maneira de fazer com que muito ouro seja trazido de outros remos para o tesouro real é conseguir que grande quantidade de nossos produtos seja levada além dos mares, e menor quantidade de seus produtos seja para cá transportada...”.
Foram pedras fundamentais no mercantilismo inglês, tanto Thomas Mun (1571-1641), como John Locke (1632-1704). Enquanto para o primeiro, a resposta ao caminho da riqueza estava no excedente de exportação, assim aumentando o acúmulo de ouro e prata, o segundo, Locke, possui idéias avançadas sobre o dinheiro, (já) questionando a velocidade de sua circulação, ao argumentar que o valor do dinheiro com relação aos outros artigos depende exclusivamente da fatura ou escassez do dinheiro proporcionalmente a fatura ou a escassez desses artigos, não dependendo da quantidade desses bens, mas da velocidade de sua circulação e que o saldo comercial adverso, poderia conduzir uma nação à ruína.
O industrialismo teve seu apogeu na França, com Colbert, na época ministro de Luís XIV. Colbert vai buscar gerar uma balança comercial favorável na França através da proibição das importações e do incentivo às exportações. O que gerará a necessidade de tornar a França auto-suficiente, investindo nas manufaturas nacionais.
Jean Baptiste Colbert (1619-1683) representa a alma do mercantilismo francês, denominado colbertismo. Defendia a acumulação de metais preciosos e que a coleta e impostos e um estado forte, incentivaria a exportação com redução de importação, com leis impedindo a saída de metais preciosos do país. As colônias eram importantes como mercado consumidor e fornecedor de matériaprima, defendia uma grande marinha mercante, o expansionismo de um país em detrimento do outro, enfim, um estado absoluto, controlando e regulando toda a produção.
O cameralismo, como dito em parágrafo anterior, é a versão mercantilista dos alemães. Foram industrialistas, protecionistas e nacionalistas, orientava-se uma política de tributação, leis, técnicas na produção, venda e distribuição, visando o aumento do poder do estado com centralização deste (poder).
A produção era apenas em função do estado, inibindo desta forma a iniciativa privada e sua “criatividade” (causaria arrepios em Schumpeter, se este já tivesse nascido).
Podemos citar Ludwig von Seckendorff (1626-1692), com sua defesa de que os excedentes de produção devem ser trocados por produtos úteis e necessários, para tanto elaborando uma ordem reguladora dos preços das mercadorias mais necessárias. Por curiosidade, coloco que ele defendia a “suspensão de ocupações parasitárias”. O que no entender de Seckendorff, seria parasitário? Prenúncio de um totalitarismo?

CONCLUSÃO

A principal conseqüência (e objetivo) da política mercantilista européia é o processo de acumulação primitiva do capital, realizado principalmente através do acúmulo dos metais preciosos retirados das colônias.
Para o Velho Mundo foram drenados os metais preciosos da América espanhola, o açúcar e o ouro do Brasil, os produtos tropicais da África e da América e as especiarias do Oriente. A acumulação de capital foi, assim, duplamente primitiva: por ter sido a primeira grande acumulação de riqueza realizada por um continente em toda a história da humanidade, e pelos métodos brutais empregados pelos europeus para realizá-la.
O poderio naval e o desenvolvimento manufatureiro fizeram da Inglaterra o país que maiores lucros obteve na Revolução Comercial e que mais ouro e prata acumulou com o mercantilismo. Esses capitais acumulados fizeram da Inglaterra a fábrica do mundo e lhe conferiram um papel pioneiro na Revolução Industrial. Com o processo de industrialização, sobreveio a crise do mercantilismo com outros países percebendo suas limitações e adotaram o comércio livre (ou pelo menos um pouco mais livre) a partir da década de 1860.
Esta liberdade de comércio (laissez-faire, laissez-passer, ou seja, a mais ampla liberdade de comércio e de produção), se estenderia finalmente à liberdade de “comercializar dinheiro”, com o início da haute finance, designação do economista Karl Polanyi para o grande capital financeiro internacional, que começa a se organizar em meados do século XIX, no primeiro grande ciclo de liberalização financeira. Bem, mas isso é outro capítulo...

REFERÊNCIAS:

Mercantilismo. Disponível em <
www.saberhistoria.hpg.ig.com.br> Acesso em: 03 abr 2009.
RACY, C. Joaquim E et al. História, Instituições e as Relações Sociais de Produção na Teoria Econômica. In: VIII Encontro de Economia da Região Sul - ANPEC SUL 2005. Disponível em
Acesso em: 17 mai 2009.
Wapedia. Mercantilismo. Disponível em <
http://wapedia.mobi/pt/Mercantilismo>. Acesso em: 27 set 2009.
CARVALHO, Maria Auxiliadora de. Economia Internacional. São Paulo: Saraiva, 2007.
CHANG, Ha-Joon. Chutando a Escada. São Paulo: Unesp, 2003.