Prezado (a)
investidor (a),
Tentar
determinar um “bom investimento” para o próximo ano, é antes de mais nada,
tentar descobrir qual caminho seguirá tanto a economia nacional, como a
internacional.
Ou seja, traçar
um modelo de cenário macroeconômico, semelhante a um quebra-cabeças, onde nossa
peça: investimento, melhor se encaixe.
Dentre os
diversos fatores que possam influenciar a economia mundial, vis-à-vis a
nacional, temos a clara sinalização da “redução de estímulos” por parte da
economia dos Estados Unidos, redução que se dá por conta que esta economia
acredita ter voltado ao caminho virtuoso do crescimento – já que não houve
mudança conceitualmente teórica da equipe econômica.
E o “anúncio”
é só o começo da história. Dê uma olhada neste gráfico (fonte: Empiricus>http://www.empiricus.com.br/):
É isso
mesmo! Para voltar a situação monetária de 2008, o FED terá que enxugar cerca
de US$ 3,1 trilhões de circulação do mercado mundial! O que vai acontecer
quando o dólar começar a ser retirado do mercado?
E se os EUA
já conseguem mensurar seu retorno ao crescimento, o mesmo terá que se dar
inexoravelmente com a China, o outro motor mundial, pois em nosso mundo atual,
a vida econômica é impossível, um sem o outro, ou seja, numa ponta a demanda e
em outra a oferta.
Internamente
nosso cenário vem prevendo aumento da taxa de juros, facilmente percebida pela
pela taxa do mercado futuro, o qual está sendo negociada em 10,13% para
abril/2014, com movimento ascendente mês a mês, marcando 12% nos final de 2015(
fonte: http://www.andima.com.br).
O BACEN
deverá continuar com uma política monetária restritiva, tentando minimizar a
oferta nominal de moeda, utilizando seu melhor instrumento, a Tx Básica Selic e
seu respectivo aumento.
Hoje os
títulos brasileiros, estão pagando um prêmio de risco (no fundo é nisso que se
traduz a nossa taxa de juros), maior do que alguns países europeus, a pouco
tempo considerados “problemáticos” do ponto de vista econômico, como Irlanda,
Grécia, Portugal e Espanha.
As contas
nacionais não estão “fechando”. Enquanto temos um baixíssimo superávit
primário, com somente 1,4% do PIB, o nosso déficit em transações correntes
chega a 4% deste Produto Interno Bruto.
Inflação
tentando deslanchar, sem crescimento (o pior desempenho entre os países do
G-20), o modelo virtuoso via a dobradinha crédito x consumo parecendo já ter
dado o que era possível, bolha imobiliária no horizonte (hoje temos uma maior
oferta contra um menor “registro” de compra e venda, ou seja, mais oferta que
demanda – com a “curva de preços” sinalizando movimento descendente).
Entretanto
cabe aqui uma advertência: Os fluxos financeiros são no viés “tempo”, muito
diferentes dos fluxos comerciais e estas diferentes velocidades de reação podem
causar “alguns problemas”junto à economia. Por exemplo, quando da elevação da
taxa de juros, quase que imediatamente passa a ocorrer um maior ingresso de
capitais, causando queda na taxa de câmbio. Mas somente após alguns meses
começam a ocorrer quedas das exportações (os negócios com mercadorias dependem
de contratos, negociações, etc.) e aumento das importações. A deterioração do
saldo comercial após alguns meses pode afetar a confiança dos investidores
externos, obrigando o Bacen a um novo aumento da taxa de juros, para garantir a
permanência dos capitais internacionais no país, já que passou a depender
fortemente deles.
De antemão,
(re) lembrando que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade
futura, observamos o que ocorreu em 2 fundos do mesmo banco, comparando os
mesmos com a variação da taxa CDI, no período de 01/10/2013 a 23/12/2013 (o fundo cambial destina-se a aplicações
acima de 100 mil e o LP 90, para aplicações acima de 90 mil):
- Taxa CDI: 2,12%
- Fundo Cambial US$> LP 100: 6,62%
- Renda Fixa > LP 90: 1,95%
No mesmo
período do ano anterior, quando a Selic estava com viés de baixa, observamos
que com a redução do “câmbio”, o fundo de “renda fixa” respondia positivamente,
ou seja, o dólar apresentou conatantemente movimento inverso aos títulos de
juro pré-fixado. Comparemos out/2012 a dez/2012:
- Taxa CDI: 1,58%
- Fundo Cambial US$> LP 100: 0,82%
- Renda Fixa > LP 90: 1,66%
Desta forma, sugerimos que seja avaliado com
perspectiva de ganho, porém com muita prudência, em função do maior risco, a
alocação de recursos em algum ativo vinculado a oscilação cambial e para
projeções de longo prazo (superior a 2 anos) – visando minimizar qualquer
exposição a volatilidade do mercado, alocação em ativos atrelados a LFT
(títulos pós fixados que acompanham a variação da Selic), preferencialmente que
possam potencializar via redução de Imposto de Renda, tais como “Fundos VGBL”
pela inexistência de “come-cotas”.
As cotas de alguns "fundos de previdência" encontram-se atualmente precificadas em valores baixos, por conta que passaram a purgar rentabilidade, quando do aumento da taxa Selic à partir de abril/2013, já que os mesmo estavam na ocasião atrelados a títulos NTN-B (semelhante aos fundos "índice de preços").
Renato Couto
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