quinta-feira, 19 de junho de 2014

Vantagem da Renda Fixa fica melhor ainda em Fundos de Previdência


Voltou o otimismo com a Renda Fixa face a perspectiva de estabilidade da Selic. Depois das sucessivas altas dos juros, iniciadas na reunião do Copom de abril de 2013, tudo indica que o Banco Central deve interromper o ciclo de aumento da taxa básica.

O indicador que mede o retorno dos títulos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional negociados no mercado secundário (IMA) acumula alta de 5,23% em 2014, até dia 16 de maio. No mesmo período, a variação do CDI foi de 4,54% e o Ibovespa subiu 4,79%.

A ótima rentabilidade da Renda Fixa neste ano contrasta com o péssimo retorno no ano passado, por conta do movimento de redução da taxa básica de juro. O desempenho em 2013 foi tão ruim que, pela primeira vez desde que começou a ser calculado, o IMA teve variação negativa em um período de janeiro a dezembro, quando mesmo os investidores que alocaram somente em papéis do governo amargaram prejuízos.

Talvez o “pior” exemplo tenha sido as NTN-Bs, corrigidas pelo IPCA, pois mesmo com alta da inflação, os títulos com vencimento em 2035 com distribuição de rendimentos semestrais tiveram variação negativa de -19% de janeiro a dezembro de 2013 e os títulos de mesmo prazo, mas com pagamento de principal e juros apenas no resgate, negociados exclusivamente no Tesouro Direto, tiveram perdas ainda maiores: -32% no período.

Uma das consequências mais visíveis da queda de preço dos papéis foi a queda do retorno dos fundos de previdência. O que ocasionou a diminuição do fluxo de recursos para a modalidade. Mas observe que esta “queda” foi apenas para quem realizou venda de cota neste prazo (2013), ou seja, efetuou resgates. Quem manteve posição, está recuperando as perdas neste semestre e melhor ainda, quem aproveitou o momento e aportou recursos (face a precificação menor das cotas) está ganhando (em previdência) este ano, comparado a outros ativos de risco semelhante.

A rentabilidade, como de costume, está influenciando o fluxo de aplicações e resgates das diferentes modalidades. Os fundos de previdência voltaram a captar de forma mais significativa e a poupança registrou o primeiro mês com resgates desde 2012, ou seja, começa a ocorrer migração de capital de valores alocados em Poupança para Fundos de Previdência, face a expectativa de melhor rentabilidade, aumentando significativamente o Patrimônio Líquido deste perfil de fundo.
A justificativa econômica é o fraco ritmo de expansão dos negócios. A inflação, apesar de continuar em nível elevado, não parece mostrar tendência de alta, o comércio começa a “chiar”, as principais linhas de produção idem com o crédito – fomentador do consumo – mostrando desaceleração no último mês.


Mantida a interrupção de alta da Selic (até mesmo porque já se enxerga um gargalo na ponta final: o consumidor e tomador de crédito), a taxas dos títulos públicos irão recuar, sendo propício para aplicações em Renda Fixa, sendo o melhor “produto” os Fundos de Previdência, por conta da vantagem tributária, além de outras especifidades, como o planejamento sucessório.

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